Somente no Brasil, o refluxo afeta pelo menos 12% da população, o que representa mais de 25 milhões de pessoas. Interfere diretamente na qualidade de vida de quem convive com a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
A principal característica da DRGE é o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, provocando uma sensação de queimação, que pode chegar até quase à boca, trazendo um gosto amargo.
Toda vez que comemos, ocorre um processo em que uma “porta” se abre para que o alimento entre no estômago. Nos indivíduos com refluxo, esta passagem não é devidamente fechada, fazendo com que o conteúdo retorne, causando inflamação do local, azia, tosse seca, dor na garganta, aftas e etc.
COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS
Antes de apontar os sintomas, é importante lembrar que a incidência de refluxo é maior em pessoas que apresentam alguns fatores de risco como:
- Obesidade (o problema pode ser atenuado caso o indivíduo emagreça);
- Refeições muito volumosas antes de deitar;
- Aumento da pressão intra-abdominal, que é a pressão uniforme e oculta no interior da cavidade abdominal;
- Dietas ricas em alimentos como café, refrigerante, chá preto ou mate, bebidas alcoólicas, comidas ácidas etc.
Os sintomas do refluxo podem se apresentar eventualmente, o que não significa ter a doença. Caso você apresente algum dos quadros a seguir com frequência, procure um médico especialista.
- Azia ou queimação que chega à boca do estômago ou garganta e, por vezes, com um gosto amargo;
- Dor torácica, que é uma dor forte na região do peito. Em alguns casos, pode ser confundida com dor de infarto do miocárdio. As duas precisam ser avaliadas por um médico;
- Tosse seca persistente;
- Apresentar com frequência quadros de doenças pulmonares como pneumonia, bronquite ou asma.
AFINAL, O QUE CAUSA O REFLUXO?
Não existe uma causa específica para o refluxo. Alterações no esfíncter, que é aquela “porta” que mencionamos anteriormente, que separa o esôfago do estômago; hérnia de hiato, que é quando parte do estômago invade a cavidade torácica; e fragilidade da musculatura da região são as principais causas apontadas para o diagnóstico da DRGE.
O refluxo também pode ser diagnosticado em bebês, principalmente pela imaturidade do trato gastrointestinal superior ou quando a criança possui alguma dificuldade de digestão.
REFLUXO TEM TRATAMENTO?
O refluxo é crônico. Portanto, não tem cura, mas tratamento. Para diagnosticá-lo são levados em conta os sintomas que citamos anteriormente. No entanto, para uma investigação mais precisa é preciso realizar exames como a endoscopia digestiva alta e a pHmetria.
De modo geral a DRGE é tratada por meios clínicos. Apenas em casos extremos, em que o paciente não demonstra melhora com as orientações médicas e prescrições farmacológicas, que é feita a intervenção cirúrgica.
No caso do uso de medicamentos, eles agem reduzindo a produção de ácido pelo estômago, facilitando o trabalho do esôfago. Assim, favorecendo o esvaziamento gástrico.
Porém, não basta fazer uso de medicamentos e, quem sabe, realizar a cirurgia. A manifestação e o controle do refluxo se dá, também, pelo comportamento. De acordo com o Ministério da Saúde, a lista a seguir deve ser observada e levada seriamente em consideração:
- Caso algum dos sintomas como azia ou queimação de manifeste, não se automedique, procure um médico;
- Evite alimentos como os que citamos acima (café, refrigerante, chá preto ou mate, bebidas alcoólicas, comidas ácidas etc), pois eles facilitam o retorno do conteúdo gástrico;
- Não fume. O tabagismo contribui para o surgimento do refluxo;
- Se está acima do peso, procure orientação adequada para emagrecer;
- Evite roupas apertadas na região do abdômen;
- Não vá se deitar logo depois de comer;
- Não faça refeições muito volumosas. Divida os alimentos em pequenas porções ao longo do dia;
- Faça refeições mais leves. Também é importante comer mastigando bem os alimentos;
- Você pode aumentar a produção de saliva com balas duras e chiclete. A salivação ajuda no alívio da dor provocada pelo refluxo;
- No caso dos bebês, não os deite logo após amamentar. Mantenha-os em pé, no colo, até que eliminem todo ar que ingeriram durante a alimentação;
Outra indicação médica importante é para que a parte onde fica a cabeça na cama na hora de dormir seja mais elevada, cerca de 15 centímetros. A Clínica dos Pés conta uma linha completa de travesseiros e almofadas antirrefluxo, que ajudam a aliviar os sintomas e o desconforto provocados pela DRGE.